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Condiloma Anal

O que é?

Os condilomas anais, ou verrugas anais, são lesões extremamente comuns, que estão classificadas no grupo das doenças sexualmente transmissíveis, relacionadas à presença do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano).

Quais as causas?

O vírus do HPV infecta as células de vários tecidos, com preferência por áreas mucosas (boca, vagina, pênis e ânus), estimulando o crescimento desordenado acelerado, fazendo assim o surgimento das verrugas. É uma patologia bastante comum. Estima-se que até 70% da população tenha contato com o vírus. Entretanto, não são todos que desenvolvem (tem a doença quem “pode”).

A maioria das pessoas terá o contato com o vírus e não desenvolverá lesões, sendo considerados portadores assintomáticos. Com o tempo a imunidade natural elimina o vírus. Porém, uma parte da população, por fatores ainda não totalmente elucidados, desenvolvem essas lesões. É uma tendência pessoal e também dependente do tipo de vírus que a pessoa adquiriu. Existem mais de 100 tipos de vírus HPV, dos quais por volta de 30 tipos específicos da região anal e genital. Pessoas com baixa de imunidade (tais como portadores de HIV e outras doenças imunes) são mais suscetíveis.

Como o contato com o vírus é muito comum é difícil estabelecer exatamente quando o vírus foi adquirido, diferente do que acontece em outras DST’s. O contato inicial pode ocorrer entre 2 a 8 meses antes, em média, até 20 anos após.

O mais importante é fazer o reconhecimento de imediato das lesões. Na presença de verrugas, evitar absolutamente o contato sexual, mesmo protegido, pois as lesões que estão fora da cobertura da camisinha podem transmitir o vírus pelo contato/fricção com as mucosas, mesmo que não haja penetração. Por segurança, é sempre aconselhável que o(a) parceiro( a) também seja avaliado.

Quais os sintomas?

Normalmente o paciente percebe o surgimento de elevações, as verrugas, ou o mesmo é notado pelo parceiro. Pode ser acompanhado algumas vezes de prurido local e, mais raramente, dor e sangramento à manipulação. As lesões podem variar muito, desde únicas ou até múltiplas.

O surgimento de elevações em forma de verrugas típicas pode ser visto a olho nu ou com o auxílio de anuscopia, com ou sem magnificação da imagem. É fundamental examinar a região genital completa, inclusive o ânus, se houve contato anal (mesmo sem penetração) e boca.

Nas mulheres, o HPV pode estar relacionado ao surgimento de outras alterações que com o decorrer do tempo e também na dependência do tipo do vírus, podem causar alterações no colo uterino, e com o tempo levar até o câncer. É fundamental a avaliação complementar do médico ginecologista e realização dos exames preventivos.·.

Assim como acontece no colo do útero, também no canal anal podem existir lesões dentro da mucosa com alterações no tecido antes mesmo do surgimento das verrugas, que não conseguem ser sentidas pelo paciente. Essas lesões, mesmo não sendo elevadas, devem ser tratadas, principalmente nos pacientes de maior risco. É muito importante que essas lesões sejam examinadas por um profissional médico qualificado, que possa diferenciar os condilomas – lesões venéreas – de outras lesões, menos comuns, mas que também podem aparecer de forma elevada no ânus (papila hipertrófica, plicoma anal, fístula anal, tumores, por exemplo). Essas outras lesões tem tratamentos completamente diferentes. Portanto, o diagnóstico é fundamental. Faça a avaliação com um especialista, de preferência o Proctologista/Coloproctologista.

Condiloma Anal

Tratamento

As lesões podem variar muito de paciente para paciente, desde únicas ou até múltiplas. Consequentemente, o tratamento vai depender da quantidade de verrugas e de localização das mesmas.

Verrugas em pequena quantidade podem ser tratadas com aplicação local de substâncias químicas que queimam as lesões lentamente e progressivamente. Isso pode ser feito pelo médico, em sessões pré-determinadas, visando aplicação exata, a fim de se evitar com que áreas normais sejam danificadas. O uso dessas substâncias, tais como ácido tricloroacético e podofilina são de uso médico, e não devem ser aplicadas irrestritamente pelo paciente, salvo sob orientação médica, sob o risco de lesões em áreas não afetadas e acidentes.

Algumas outras substâncias agem estimulando a defesa do tecido infectado (imunomoduladores), para que as próprias células destruam os vírus e, consequentemente, as verrugas, como por exemplo, o Imiquimode. Esta substância pode ser aplicada pelo próprio paciente, em sessões e numero pré-determinado pelo seu médico. Pode ocorrer dor, queimação, prurido às aplicações. Em casos de dor e queimação graves, faça a interrupção imediata e procure o seu médico.

Além disso, ressalta-se que existem casos de lesões não elevadas, dentro do canal anal, que podem não ser vistas pelo paciente. O tratamento destas vai depender da altura e quantidade. É fundamental a avaliação de um especialista, de preferencia o Proctologista/Coloproctologista.

Quando em maior número, as lesões possivelmente irão precisar de algum tratamento cirúrgico, eletrocoagulação (queimadura) das lesões, o que deve ser realizado sob anestesia.

O custo e benefício entre as sessões de aplicação local e o tratamento cirúrgico devem ser discutidos com o seu médico. Algumas medicações são dispendiosas, bem como as sessões de queimadura exigem paciência e disponibilidade. Casos de cirurgia exigem anestesia (raquianestesia) e às vezes internação para o procedimento. Em todos os casos, a conduta é individual e única.  Faça a avaliação com um especialista, de preferencia o Proctologista/Coloproctologista.

VERRUGAS TEM RELAÇÃO COM CÂNCER?

Sim. Alguns tipos de vírus estão relacionados com o surgimento de câncer na região do ânus, no colo do útero e em pênis. É fundamental o seu tratamento.

VACINA DO HPV, DEVO TOMAR?

A recomendação atual é de que todas as mulheres entre 9 e 26 anos sejam vacinadas, embora homens nesta mesma faixa etária também possam se vacinar . O esquema preconizado inclui três doses.  O intervalo entre a primeira e a segunda dose é de dois meses e entre a primeira e terceira dose de seis meses após, servindo esta última de reforço.

Entretanto, a eficácia da vacina em pessoas que já tem vida sexual ativa é questionada, visto que muito provavelmente elas já entraram em contato com o vírus.

Se a pessoa já desenvolveu condilomas, não existe recomendação clara de que você precise ser vacinado. Ainda não existe consenso médico a respeito do assunto, e estudos estão sendo realizados. Alguns estudos demonstram que, mesmo nos pacientes infectados, ao tomar a vacina, eles desenvolvem uma imunidade maior aos outros tipos do vírus, mas ainda questionados.  Consulte seu médico.

O HPV PODE VOLTAR?

Importante enfatizar que lesões causadas pelo HPV, quando não tratadas, podem se espalhar ou crescer. Há sempre uma possibilidade de recidiva após o tratamento. Por isto é necessário um controle periódico no consultório do Coloproctologista/Proctologista depois de realizado o tratamento.

A recidiva (retorno das lesões) é sempre possível, independente do tratamento – relacionados mais ao tipo de vírus e a tendência individual. Por isso é fundamental o acompanhamento dos casos para prevenção e tratamento precoces.

Ênfase em atendimento humanizado, prático e explícito aos seus pacientes.